quarta-feira, 13 de junho de 2018

Salamandra Axolotl

Ambystoma Mexicanum, a salamandra mexicana tem a capacidade de regenerar partes de seu corpo. O axolotl tem 15 centímetros é considerada rara, e está quase extinta em seu único habitat, os poluídos canais que passam pela Cidade do México.

Esse animal e a sua curiosa aparência, que parece estar sorrindo, está se reproduzindo com facilidade em laboratórios. Ele tem a capacidade de regenerar membros amputados, pele, órgãos, parte do cérebro e até a medula. Outros animais têm a capacidade de regeneração, mas apenas a salamandra mexicana consegue recriar tantas partes do corpo, e tantas vezes durante sua vida. No laboratório em que é conduzido o estudo, um axolotl que teve a perna arrancada por outra salamandra, e recriou sua perna, com dedos e tudo.
Os seres humanos reparam alguns tecidos, mas não perfeitamente, enquanto o axolotl, quando machucado, entra em um processo em que repetem o processo de um embrião, explica Elly Tanaka, do Centro de Terapias Regenerativas, em Dresden, Alemanha. Tanaka teve sucesso em um experimento que adicionou um gene que emite brilho em axolotls sem nenhum pigmento, para observar o processo de regeneração. O objetivo é comparar a regeneração com o processo de cicatrização humano.


Depois da amputação, os vasos sanguíneos das salamandras se contraem rapidamente e impedem o sangramento, e as células epiteliais cobrem o machucado com o que é chamado de blastema, um conjunto de células semelhantes às células-tronco, que dão origem à nova parte do corpo. O genoma do axolotl é dez vezes maior que o dos humanos, mas Tanaka e outros cientistas esperam encontrar lá a resposta ao porquê da salamandra regenerar um membro novo perfeitamente, e não apenas parte dele, por exemplo.
Humanos têm a capacidade de regenerar a ponta de um dedo, se ela for cortada acima da articulação. Se o machucado for limpo e protegido apropriadamente, o dedo consegue recuperar sua forma e impressão digital sozinho. Logo os humanos poderão aproveitar essa incrível habilidade de regeneração, escreveram os especialistas Ken Muneoka, Manjong Han e David Gardiner em um artigo sobre a regeneração. Eles acreditam que em uma ou duas décadas partes do corpo humano poderão ser recuperadas, de modo semelhante ao das salamandras.

As salamandras são consideradas quase extintas, e existem mais axolotls em cativeiro do que em seu habitat natural, estima-se que a população nos canais da Cidade do México é de apenas 400 salamandras, colocando-as em risco de extinção. O povo asteca construiu a cidade em uma ilha no meio de um lago que foi drenado durante os séculos de exploração dos espanhóis e pelo crescimento urbano. Os astecas comiam as axolotls e usavam as salamandras também na medicina, e acreditavam que os animais eram reencarnações do deus Xolotl, que teria passado por uma metamorfose para não ser sacrificado.